Energias Renováveis: Timor-Leste aposta no cultivo de plantas Jatrophas

Qua. 22 de setembro de 2010, 16:11h
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Incluído no projecto de dinamização de energias renováveis e alternativas em Timor-Leste, o Governo tem já em marcha o plano agro-energético, ou seja, a produção de energia a partir de produtos agrícolas. Este plano divide-se em duas componentes, o cultivo das plantas oleaginosas e a instalação de destilarias.

Tal como para os restantes programas, para o sistema agro-energético a comunidade beneficiária tem, também, de estabelecer uma cooperativa central, que é financiada pelo Estado com o intuito de fomentar a sua modernização. “Esta medida permite à sociedade civil tornar-se um agente registado que trabalha na produção independente, no cultivo de hortas e na distribuição dos produtos para a comunidade”, explica o Secretário de Estado da Política Energética, Avelino Coelho.

A segunda componente do projecto – a construção de destilarias – também já foi iniciada, através da implementação de um projecto-piloto. Foi instalada uma destilaria com uma capacidade de produção de cerca de mil e quinhentos litros de óleo por dia. O que se pretende, agora, é perceber a possibilidade de introduzir este óleo em fogões a biocombustível, para se proceder à substituição de fogões a petróleo ou a lenha. Mas o biocombustível tem ainda outras potencialidades. Pode, por exemplo, ser utilizado para alimentar geradores nas áreas rurais, em alternativa ao gasóleo, ou para abastecer tractores e outros veículos.

A produção de biocombustíveis foi introduzida em Timor-Leste em 2008, com a criação de plantações, espalhadas por todo o território nacional, com mais de 150 hectares. Já no ano que vem, em 2011, a Secretaria de Estado da Política Energética pretende melhorar o centro de Metinaro e criar outros dois, um em Ermera e outro em Los Palos. Estes centros irão servir três propósitos: formação comunitária nas áreas do cultivo e cooperativas, produção e distribuição de sementes às cooperativas já estabelecidas e desenvolvimento de investigação para criação de sementes de qualidade.

O Governo pretende incentivar o cultivo de outras plantas oleaginosas para além de jatrophas. “É importante salientar que não pretendemos, com este projecto, substituir o cultivo de arroz e de milho. Queremos um cultivo múltiplo. Entre duas plantas oleaginosas, pode cultivar-se o milho e a mandioca, modernizando as práticas de cultivo dos timorenses”, conclui o Secretário de Estado Avelino Coelho.

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