Primeiro-Ministro na Universidade da Indonésia: “Deixar o conflito para desenvolver a nossa terra”

Ter. 29 de março de 2011, 18:09h
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O Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, proferiu, dia 22 de Março, uma palestra na Universidade da Indonésia (UI), em Jacarta, sobre o tema “A construção do Estado – Timor-Leste na região e no mundo”. Xanana Gusmão foi recebido pelo Reitor da Universidade, Prof. Dr. der Soz Gumilar Rusliwa Somantri, pelo Senado da Universidade, e pelos estudantes representantes de diversos departamentos.

Com o tema “A construção do Estado – Timor-Leste na região e no mundo”, o Primeiro-Ministro dirigiu-se aos jovens dos dois países para que deixassem o conflito em prol do desenvolvimento das duas Nações.

Após a palestra, o moderador Prof. Dr. Bambang Laksmono, na qualidade de Decano da Faculdade de Ciências Sociais e Políticas, abriu a sessão de perguntas e respostas sobre os requisitos, nomeadamente sobre a identidade linguística, de Timor-Leste no que respeita à adesão à ASEAN e o plano do Governo para o desenvolvimento de Timor-Leste.

Em resposta, Xanana Gusmão defendeu não ser a língua o factor determinante para a adesão à ASEAN. Timor-Leste, apesar de ser um país pequeno, tem uma densidade populacional de mais de 1 milhão de habitantes, com 35 dialectos diferentes. A Indonésia também tem vários dialectos, portanto a questão relacionada com a identidade linguístico não pode o único critério para fazer parte da ASEAN. A localização geográfica é o mais importante.

Relativamente ao plano para o desenvolvimento do país, “o Governo de Timor-Leste delineou um Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional (PEDN) que, durante oito meses, foi submetido a consultas públicas concentradas nos sub-distritos. O PEDN inclui um programa para ser posto em prática de forma faseada, a curto, médio e longo prazo, e será submetido à aprovação do Parlamento Nacional”, explicou Xanana Gusmão.

Em jeito de conclusão, e com elegância, o moderador da palestra referiu que “a prisão de Cipinang pode concorrer ao título de Universidade, formando candidatos à liderança de Nações como conseguiu, com qualidade, formar um líder como o Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão. Assim a Universidade da Indonésia poderá competir com a prisão de Cipinang”. Bambang Laksmono colocou ainda uma questão: “Porque é que Timor-Leste e a Indonésia têm de estar separados?” e, concluindo, respondeu: “diz o ditado que o facto de se amar alguém não quer dizer que se tenha de viver com ele”.

Líderes e estudantes que assistiram à palestra mostraram-se bastante satisfeitos com o tema apresentado pelo Primeiro-Ministro e com o debate que se desenrolou à volta dele.

Na comitiva do Primeiro-Ministro estavam o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Zacarias Albano da Costa; o Ministro da Economia e Desenvolvimento, João Gonçalves; o Ministro da Agricultura e Pescas, Mariano Assanami Sabino; o Secretário de Estado da Defesa, Júlio Tomás Pinto; o Embaixador de Timor-Leste na Indonésia, Manuel Serrano; o Director Nacional do Serviço Nacional de Inteligência, Cirilo Cristóvão, e o Major-General das F-FDTL, Taur Matan Ruak.

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