Petróleo, Agricultura e Desenvolvimento Rural discutidos no primeiro dia da Reunião de Timor-Leste com os Parceiros de Desenvolvimento

A Reunião de Timor-Leste com os Parceiros de Desenvolvimento (RTLPD) permitiu a discussão de temas como petróleo, agricultura e desenvolvimento rural, turismo, infra-estruturas, banca e finanças e sectores sociais (saúde e educação), que se dividiram em seis respectivas mesas redondas.
Na agenda deste segundo dia do acontecimento, estava prevista a abertura da discussão dos três temas iniciais, relacionados com os sectores estratégicos de crescimento.
A primeira mesa redonda tinha como tema o petróleo. A discussão foi liderada pelo Secretário de Estado dos Recursos Naturais, Alfredo Pires, e contou com a presença do Banco Mundial, da Autoridade Nacional de Petróleo (ANP) e de representantes da Noruega e da sociedade civil.
Falou-se da importância do desenvolvimento dos recursos humanos e do projecto de desenvolvimento do Litoral Sul que inclui uma base de fornecimento para processamento de gás e petróleo onshore e consequências para outras indústrias (negócios agrícolas e petroquímica). A Iniciativa de Transparência das Indústrias Extractivas foi comentada também e encorajado o estabelecimento de uma companhia nacional de petróleo para uma boa gestão e desenvolvimento das instituições do sector petrolífero. Por outro lado, a prestação de contas, a diversificação de investimento do Fundo Petrolífero e a possibilidade de estabelecer projectos de infra-estruturas com as comunidades locais de forma a gerar mais emprego e potenciar o negócio local foram também aspectos abordados.
O Ministro da Agricultura e Pescas, Mariano Sabino, presidiu às discussões da mesa redonda cujo tema era precisamente agricultura e desenvolvimento rural e onde estiveram presentes os representantes da USAID, FAO European Union, Peace Dividend Trust e da Kibur Mata Dalan.
Foi realçada a necessidade de crescimento das infra-estruturas e dos recursos humanos no sentido de ajudar os agricultores a aumentarem a produtividade e a estabelecerem contactos com os compradores. Todos fizeram notar a importância da agricultura como chave para o desenvolvimento económico, a importância da ligação entre produtores nacionais e compradores, nacionais e estrangeiros, de forma a potenciar a exportação de produtos e permitir o acesso a mercados internacionais. O sector privado, também aqui representado, corroborou da mesma opinião acrescentando a necessidade de estabelecer um banco agrícola, com o apoio do Estado, para permitir aos agricultores o acesso a um crédito bancário.
Na terceira mesa redonda subordinada ao tema do turismo, sob a liderança do Ministro do Turismo, Comércio e Indústria, Gil Alves, estiveram presentes os representantes da Câmara do Comércio e Indústria, da Agência de Desenvolvimento de Timor-Leste e da Cooperação Portuguesa.
O turismo foi entendido como um pilar para substituir os sectores não-sustentáveis pelo que o investimento nesta área é de extrema importância. As infra-estruturas são, sem dúvida, a chave do desenvolvimento assim como a formação do capital humano se considerou estratégica e vital para o crescimento do turismo em Timor-Leste. O investimento nas infra-estruturas incentiva o investimento privado que pode tirar vantagem destes serviços e fazer crescer o sector privado. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento da formação prática em áreas como a hospitalidade é crucial para aumentar o conhecimento dos timorenses e fundamental para manter a comunidade comprometida. Em suma, o turismo é uma fonte de riqueza e uma das maneiras de não fazer depender a economia do país, do petróleo.
A Ministra das Finanças, Emília Pires, fez as conclusões das discussões do dia.