Governo de Timor-Leste

O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, em coordenação com a Autoridade Municipal de Aileu, assinalou esta segunda-feira, dia 12 de maio de 2025, o Dia Mundial da Língua Portuguesa e o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, através de uma cerimónia no Salão Timor-Klaran, em Aileu, sob o tema “A Língua Portuguesa e as Novas Gerações: Promoção e Difusão na Era Digital”. 

O evento contou com a presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Bendito dos Santos Freitas, da Ministra da Educação, Dulce de Jesus Soares, ed o Ministro do Ensino Superior, Ciência e Cultura, José Honório Jerónimo. 

Na sua intervenção, o Ministro Bendito dos Santos Freitas afirmou que “a Língua Portuguesa é uma das maiores expressões da nossa identidade coletiva”, acrescentando que se trata de “herança viva das nossas histórias, instrumento da nossa criação artística, canal do nosso pensamento e, acima de tudo, ponte de encontro entre os povos”. Sublinhou ainda que “mais do que um símbolo, a Língua Portuguesa é uma ferramenta de transformação social e política, um meio para elevar consciências, preservar culturas e promover o desenvolvimento inclusivo”. 

Referindo-se à dimensão internacional da língua, o Ministro recordou que “de África à Ásia, da América à Europa, somos mais de 260 milhões de falantes espalhados pelos quatro cantos do mundo — com diferentes sotaques, expressões e vivências, mas unidos por uma mesma voz”, sublinhando que “celebrar o Dia da Língua Portuguesa é também celebrar a diversidade e a solidariedade entre os países que a partilham”. 

O Ministro encerrou a sua intervenção com uma mensagem de compromisso e esperança: “Hoje, reafirmamos o nosso compromisso com esta língua que nos define e nos conecta. Que a celebração desta data sirva de inspiração para que, juntos, continuemos a valorizar, proteger e promover a Língua Portuguesa como património imaterial de todos nós. Viva a Língua Portuguesa! Viva a Lusofonia!”

Entre os convidados estiveram presentes o Embaixador de Angola, José Andrade de Lemos, a Embaixadora de Portugal, Manuela Bairos, a Encarregada de Negócios da Embaixada do Brasil, Rita Marques, e o representante da organização g7+, Félix Piedade, enquanto observador associado da CPLP. 

O programa incluiu uma mesa-redonda com a participação de oradores de diferentes gerações, maioritariamente jovens, e diversas expressões culturais dinamizadas por estudantes das escolas do município, como canções, danças tradicionais, recitações de poesia, encenações teatrais e desfiles de trajes típicos dos países da CPLP. Foram também apresentados o videoclipe “Viva a CPLP”, criado pela Associação ArtEmpreender/The Kraken com o apoio do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), e o livro digital “Bem-vindo a Timor-Leste”, elaborado pelos alunos do 12.º A da Escola CAFE de Aileu. 

Paralelamente, decorreu uma feira do livro e exposições com a participação da Embaixada de Portugal, da organização g7+, da Plural Editora, da ABUT, da Associação dos Contadores de Histórias, da Fundação Oriente, da Escola CAFE e do Projeto Montanha.

O Presidente da Autoridade Municipal de Aileu, João Bosco dos Santos, destacou a importância de descentralizar eventos desta natureza, proporcionando aos municípios a oportunidade de valorizar os seus recursos e talentos para além de promover a língua portuguesa e cultura.

O Dia Mundial da Língua Portuguesa já havia sido assinalado em Díli no passado dia 5 de maio, com uma cerimónia no Palácio do Governo que reuniu cerca de 2000 alunos e professores das escolas da Rede CAFE e da Escola Secundária 4 de Setembro. O evento contou com a presença do Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, que apelou aos pais para incentivarem os filhos a aprender português, sublinhando que “a construção do Estado será frágil se o povo não dominar a língua oficial”. A Ministra da Educação, Dulce de Jesus Soares, e o Vice-Primeiro-Ministro, Mariano Assanami Sabino, reforçaram, respetivamente, o papel das escolas na promoção da língua portuguesa e o seu valor histórico enquanto símbolo de resistência e identidade nacional. As celebrações estenderam-se a várias escolas do país com atividades culturais, promovendo o reconhecimento do português como instrumento de comunicação, conhecimento e ligação ao mundo.