Timor-Leste Acolhe 6.ª Reunião Ministerial do g7+ para Reforçar Ação Coletiva e Definir Estratégia Comum face aos Desafios Globais

Timor-Leste acolhe, nos dias 11 e 12 de abril, a 6.ª Reunião Ministerial do g7+, que reúne em Díli Ministros dos Negócios Estrangeiros e representantes de alto nível dos países membros deste grupo intergovernamental, fundado em 2010 na capital timorense. O encontro assinala os 15 anos da criação do g7+ e representa um momento de balanço e definição de uma nova orientação estratégica para a promoção da paz, da resiliência e da cooperação entre países afetados por conflitos.
Na cerimónia de abertura, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Timor-Leste, Bendito dos Santos Freitas, sublinhou que o g7+ “emergiu como uma poderosa voz para os Estados frágeis e afetados por conflitos”, promovendo “soluções lideradas pelos próprios países, aprendizagem mútua e solidariedade”.
O Chefe da diplomacia timorense agradeceu a presença das delegações estrangeiras e destacou o percurso de Timor-Leste como testemunho de que “a fragilidade não nos define”, afirmando que o que define os países membros é “a nossa determinação, a nossa esperança e o nosso compromisso de construir um futuro melhor para os nossos povos”.
O evento contou também com uma intervenção do Presidente da República, José Ramos-Horta, que recordou o contexto de criação do grupo e as dificuldades e desafios de Timor-Leste na “luta pela estabilidade”. “Apesar desta história dolorosa, escolhemos um caminho diferente – ao invés da vingança, mas o da reconciliação, do diálogo e da unidade nacional”. “Compreendemos que, para que a paz seja duradoura, deve ser conduzida por aqueles que viveram a guerra - e não imposta a partir do exterior”, afirmou.
O Chefe de Estado salientou a necessidade de, “ao olharmos para o futuro, reafirmarmos o nosso compromisso com três objetivos fundamentais” - em primeiro lugar, “continuar a defender coletivamente reformas nas instituições internacionais”, em segundo lugar, “reforçar a nossa solidariedade – porque essa é a verdadeira força do g7+” e “promover a apropriação nacional em todos os aspetos da paz e do desenvolvimento”.
No seu discurso, o Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão recordou os primórdios do g7+, quando “o grupo ainda não era reconhecido formalmente” e “Timor-Leste era o país mais jovem do mundo”. Quinze anos depois, destacou, o g7+ tornou-se “uma plataforma estruturada, com estatuto de observador na ONU e impacto reconhecido na política internacional”.
O Chefe do Governo defendeu a necessidade de o grupo “assumir o controlo do seu destino”, apresentando quatro propostas concretas: a promoção “do diálogo e da reconciliação nacionais como única via sustentável para a resolução de conflitos”, o reforço da “aprendizagem entre pares”, a valorização dos países frágeis como “parceiros iguais na prosperidade partilhada e como uma ponte para um mundo mais pacífico” e a mobilização do “capital político e investimento no reforço da nossa causa coletiva” para a formação de “um bloco pela paz”.
A reunião decorre no Centro de Convenções de Díli e conta com a presença de representantes de todos os países membros do g7+, bem como parceiros de desenvolvimento e organizações internacionais, incluindo a subsecretária-geral das Nações Unidas para o Apoio à Consolidação da Paz, Elizabeth Spehar. Ao longo dos dois dias, os participantes vão rever os marcos alcançados desde a fundação do grupo, adotar um novo quadro de cooperação estratégica e eleger a nova presidência do g7+.
Fundado em 2010, o g7+ é uma coligação de países afetados por conflitos e fragilidades que defende abordagens inclusivas e lideradas pelos próprios Estados no domínio da construção da paz, do desenvolvimento e da resiliência. Timor-Leste, país anfitrião e membro fundador, reafirma com este encontro o seu compromisso com a diplomacia multilateral e com o fortalecimento da voz dos países em desenvolvimento no cenário global.