A campanha da UNICEF e da Save the Children nos meios de comunicação social deve estar alinhada com os princípios de bom envolvimento internacional

Secretário de Estado do Conselho de Ministros e

Porta-voz Oficial do Governo de Timor-Leste

 

Díli, 20 de Fevereiro de 2012

A campanha da UNICEF e da Save the Children nos meios de comunicação social deve estar alinhada com os princípios de bom envolvimento internacional

 

A UNICEF Timor-Leste e a Save The Children Timor-Leste/Austrália, financiada pela UNICEF, iniciaram uma campanha de comunicação para angariar fundos, na altura em que o Presidente da República compareceu perante as Nações Unidas para apresentar o Plano Transitório Conjunto.

O artigo original da IRIN, incorrecto nas asserções de que os ODM estavam a fracassar em Timor-Leste, foi redigido por um repórter em Banguecoque, cidade onde está situada uma agência da UNICEF, e colocado no portal electrónico humanitário da ONU. Antes do lançamento do artigo, o agente de comunicações da UNICEF em Timor-Leste fez uma ronda de pedidos de financiamento a agentes governamentais e solicitou ao Secretariado dos ODM que falasse com o jornalista da IRIN.

No espaço de menos de 24 horas, a Save the Children emitiu também uma declaração incorrecta relativamente a Timor-Leste. A Save the Children nunca participou em estudos realizados em Timor-Leste. O relatório global que a organização refere não faz qualquer referência a Timor-Leste excepto numa grelha que classifica dez países. Não há indicação da metodologia utilizada e os dados são apresentados a partir de diferentes anos e diferentes estudos, tornando-os incompatíveis ou impossíveis de comparar. O uso indevido de indicadores por parte de agentes internacionais está agora a ser contestado, sendo que para cada indicador e análise apresentados é solicitado que haja transparência em termos de fontes e conjuntos de dados e que haja igualdade entre países a nível de obtenção de dados.

Infelizmente alguns partidos políticos em Timor-Leste utilizaram estas duas declarações para atacar o Governo, ainda que o artigo da Save the Children avaliando o atraso no crescimento inclua crianças nascidas em 2004/2005, não reflectindo por isso as políticas do Governo. Esta é também uma questão que não deveria ser politizada.

É lamentável que ambos os grupos tenham usado comunicações negativas como meios para procurar financiamento, em especial durante a altura da cimeira transitória da ONU com o Conselho de Segurança da ONU.

Na verdade os indicadores referentes à saúde e à nutrição das crianças têm vindo a melhorar desde 2007. A taxa de mortalidade infantil diminuiu 30%, a prevalência de crianças com peso abaixo do normal desceu e as taxas de incidência de tuberculose e malária baixaram consideravelmente. Outros factores mais amplos com impacto na saúde infantil revelam também melhorias acentuadas ao longo dos últimos cinco anos, incluindo uma redução de 9% na taxa de pobreza, um aumento de 30% no número de grávidas que recebem cuidados pré-natais e o aumento da produção no sector agrícola. Pela primeira vez o País conta com um sistema de protecção social por via de transferências sociais, considerado um dos mais elevados nos países menos desenvolvidos e que inclui transferências para mães solteiras. Estão também a ser obtidos melhores resultados ao nível dos programas de alimentação escolar, do acesso a serviços de saúde por via de cuidados de saúde descentralizados e da monitorização do crescimento infantil.

O Plano Estratégico de Desenvolvimento (2011 a 2030) estabelece um guia sólido para se continuar a desenvolver o sector da saúde e dá prioridade ao aumento da produção agrícola.

O porta-voz do Governo, Ágio Pereira, referiu que “A saúde e a nutrição infantis continuam a ser prioridades para o Governo. Não obstante continuar a haver muito a fazer e termos ainda muitos desafios pela frente, fizemos progressos ao longo destes últimos cinco anos e devemos orgulhar-nos disto. As nossas crianças são o futuro de Timor-Leste, pelo que gostaríamos de expressar a nossa gratidão às pessoas que trabalham nos sectores da saúde, da educação e da agricultura, sendo que os seus esforços estão a ter impacto.”

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