Governo de Timor-Leste

A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Timor-Leste, realizada entre 19 de junho e 2 de julho, no âmbito da consulta ao abrigo do Artigo IV, concluiu que o crescimento económico do país deverá “manter-se robusto” em 2025, “situando-se nos 3,9%”, impulsionado “pela expansão fiscal e pelo forte crescimento do crédito”. No final da missão, o chefe da equipa técnica do FMI, Yan Carrière-Swallow, apresentou as conclusões preliminares, sublinhando as oportunidades e desafios da economia nacional.

“A economia de Timor-Leste beneficia de reservas financeiras significativas e de uma demografia favorável, fatores que constituem uma oportunidade para o seu desenvolvimento”, afirmou Yan Carrière-Swallow. Apesar dos desafios ainda identificados, o FMI salienta os “notáveis progressos alcançados desde a independência” e saúda “os esforços de Timor-Leste no sentido de uma maior integração económica regional e global, através da adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC) e da futura adesão à ASEAN, iniciativas que impulsionarão o crescimento e reforçarão a agenda de reformas do Governo”.

As projeções apontam para uma inflação média de 0,9% em 2025, que deverá aumentar para 1,8% em 2026, após uma descida acentuada em 2024. Para o próximo ano, o FMI aponta que o crescimento económico deverá rondar os 3,3%, acima da estimativa do Governo. Salienta-se ainda que a perspetiva governamental de crescimento económico para 2025 é de 4,3%.

O FMI elogiou igualmente “os avanços registados nas reformas do setor financeiro promovidas pelo Governo – nomeadamente a criação de um quadro legal para insolvências, uma lei sobre garantias mobiliárias, o desenvolvimento de normas de contabilidade empresarial e uma nova lei das atividades bancárias – cuja implementação favorecerá o desenvolvimento do setor privado”.

Durante a missão, a equipa do FMI reuniu-se com a Ministra das Finanças, Santina Cardoso, o Governador do Banco Central, Hélder Lopes, diversos altos responsáveis governamentais, representantes do setor privado, da sociedade civil e parceiros de desenvolvimento. “Em nome da equipa do FMI, gostaria de agradecer às autoridades timorenses pela hospitalidade e excelente cooperação. O FMI continua disponível para apoiar os esforços de reforma e desenvolvimento de capacidades do Governo”, concluiu Yan Carrière-Swallow.