Declaração do Porta-voz do IV Governo Constitucional a 30 de Novembro de 2009

O Secretário de Estado do Conselho de Ministros e

Porta-voz Oficial do Governo de Timor-Leste

 

Díli, 30 de Novembro de 2009

 

Energias Renováveis: Governo de Xanana Gusmão dá continuidade ao investimento inicial

 

Desde 2007 o IV Governo Constitucional tem vindo a priorizar o desenvolvimento do uso de energias renováveis em Timor-Leste. A Secretaria de Estado da Política Energética compilou informações detalhadas a respeito do potencial de diversas fontes de energia amigas do ambiente e acessíveis para a Nação. Estes dados estão a ser incorporados numa Política Nacional Energética abrangente. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Estado, tem vindo a facilitar muitos projectos já concluídos e que abastecem comunidades com energia a partir de fontes renováveis.

Em 2008 os peritos da Martifer iniciaram um estudo aprofundado visando a recolha de dados sobre o potencial em termos de energia renovável. O relatório inicial produzido refere que Timor-Leste possui um grande potencial nas áreas da bioenergia (energia hidroeléctrica, energia eólica, biomassa, energia geotérmica, energia fotovoltaica, biogás e combustíveis renováveis). O relatório final será entregue em Maio de 2010.

O Plano de Electrificação Rural já desenvolvido pela Secretaria de Estado incidiu no uso de fontes de energia renováveis para satisfazer as necessidades de comunidades residentes em áreas rurais remotas do País. Foram assim desenvolvidos Programas de Acção mediante o uso de biogás, míni instalações hidroeléctricas, unidades solares e colheitas (agro). Estes Programas de Acção estão a funcionar com o envolvimento directo das autoridades e comunidades locais, beneficiando actualmente mais de 3.000 famílias.

O Programa de Acção envolvendo biogás inclui presentemente seis unidades contentoras de gás entre os 10 e os 20 m3, uma unidade com 75 m3 e uma unidade com 142 m3, servindo um total de 219 famílias.

O Programa de Acção envolvendo míni instalações hidroeléctricas conta já com uma instalação em Loihuno que deverá estar concluída até ao final do ano e que servirá 50 a 100 famílias.

O Programa de Acção envolvendo energia solar possibilitou a instalação de 2.143 unidades solares (para iluminar igual número de famílias) com capacidade entre os 40 e os 50 watts durante 5 horas por noite. Foram instaladas três unidades para alimentar televisões via satélite em aldeias, de modo a permitir que as respectivas populações tenham acesso a informação.

O Programa de Acção envolvendo agroenergia incluiu um componente de cultivo e instalação para destilarias processadoras de biocombustível. Os módulos organizacionais para o cultivo e produção envolveram grupos cooperativos. Até aqui foram já estabelecidos 43 grupos cooperativos, beneficiando 1.125 pessoas. Uma destilaria com 1.500 litros de capacidade já iniciou a sua produção.

O Secretário de Estado Ágio Pereira referiu “Penso que a maior falácia tem sido que o Governo de Xanana Gusmão não está empenhado no que se refere às energias alternativas, dado que começámos com as centrais eléctricas para responder às necessidades imediatas do País. Na verdade estivemos sempre empenhados relativamente às energias alternativas enquanto perspectiva a longo prazo, porém estas são dispendiosas e o Povo de Timor-Leste precisa de soluções já; ainda assim, o aumento para o dobro do financiamento referente a energias renováveis no orçamento para 2010 demonstra o nosso empenho continuado na exploração e utilização de recursos energéticos renováveis, especialmente em áreas rurais remotas.”

Durante os debates orçamentais a Fretilin apresentou uma proposta no sentido de reduzir para metade o montante gasto com investigação e de passar os fundos para programas de biodiversidade. Foi então explicado que estavam a ser identificadas opções no que toca a fontes energéticas, mas que era necessário ainda mais estudos para determinar quais as fontes mais viáveis em cada área. A proposta não foi aprovada em plenário.

 

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