Recrutamento e nova formação para a Polícia
Um novo sistema de angariação de agentes e preparação da Polícia Nacional de Timor-Leste está actualmente a ser preparado pela Secretaria de Estado da Segurança, com o apoio da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Portugal. O processo está a ser reformulado, não só ao nível do recruta como, também, da formação. O grande objectivo é melhorar a capacidade dos agentes.
Uma das alterações prevista para o novo recrutamento é a diminuição da idade dos candidatos. “A idade prevista é dos 18 aos 23 anos. Alguns polícias têm idades avançadas, e, já a pensar nisso, criámos a Lei da Reforma, mas precisamos de recrutar novos membros, de preferência jovens, para que possamos assegurar um processo mais viável de continuidade da PNTL”, afirmou o Secretário de Estado da Segurança, Francisco Guterres ao programa da Rádio Timor-Leste “Adeus Conflito Bem-vindo Desenvolvimento”.
Pretende-se, também, aumentar a cota de participação feminina na Polícia Nacional: “decidimos que iremos ter quinze por cento de mulheres na PNTL. Estamos a preparar isto. No novo recrutamento, em cada dez candidatos admitidos, três serão mulheres”, garante Francisco Guterres.
Também em termos administrativos estão a ser preparadas mudanças, especialmente no que toca a documentos para a inscrição. A Secretaria de Estado da Segurança está a elaborar novos formulários para “tornar o processo mais transparente e acabar com qualquer possibilidade de haver cunhas”, afirma o Secretário de Estado.
Ainda para o processo de recrutamento, estão a ser preparados vários testes: um teste médico, um teste escrito de cultura geral, testes psicotécnicos e um teste físico. Várias fases de um recrutamento, que irá ser mais rigoroso, e do qual irão ser escolhidos os melhores 250 candidatos para a formação de novos agentes da PNTL.
Esta formação básica foi alargada. Começou por ser de apenas três meses, mas cedo as autoridades perceberam que era insuficiente e aumentam-na para quatro meses. Também este tempo continuou a não satisfazer as necessidades de aprendizagem e aptidão que esta profissão exige. “Com uma formação mais rigorosa, consideramos que podemos melhorar a estrutura e a capacidade da nossa Polícia. Já decidimos que a formação básica para a Polícia terá a duração de um ano: nove meses no treino básico e depois três meses de estágio ou, como se diz em inglês, on the job training”, explicou o Secretário de Estado da Segurança, adiantando que este processo se irá aplicar, já este ano, aos 250 novos recrutas.