Preservação da Cultura Nacional

Com apenas oito anos de soberania, adquirida na era da globalização, Timor-Leste está actualmente a construir e a reconstruir a sua identidade cultural. As raízes desta identidade foram sempre bem preservadas, apesar das imposições externas a que o povo foi submetido. Nem a colonização Portuguesa nem a ocupação Indonésia conseguiram anular os aspectos mais característicos e tradicionais da Cultura Nacional Timorense. Esta diferença cultural foi, de resto, no passado, uma das armas da resistência.
Agora, no presente, o Governo acredita “que será essencialmente através da cultura que Timor-Leste se deverá posicionar, preservando, enriquecendo e salvaguardando a sua identidade, sem negar a abertura à modernidade”, tal como se pode ler no Programa do IV Governo Constitucional.
O Secretário de Estado Virgílio Simith, considera que a preservação da Cultura Nacional começa por ser uma tarefa de cada cidadão, através de duas acções: “praticar e viver. Quando se fala em preservar a cultura, nós próprios temos de sentir que pertencemos à cultura e que a cultura nos pertence. Temos de amar, apreciar e praticar. Não nos podemos desinteressar da nossa cultura porque esta é a nossa identidade, que nos difere dos países que nos rodeiam. Temos as nossas próprias danças, as nossas músicas, o nosso património arquitectónico tradicional, como é o caso das Uma Lulik (Casas Sagradas) que têm uma arquitectura tradicional que simboliza a nossa identidade.”
O Secretário de Estado da Cultura sublinha, ainda, que as Casas Sagradas são, por si só, um bom exemplo da riqueza e particularidade cultural de Timor-Leste. “Apesar de haver semelhanças (que reforçam a nossa identidade) as Uma Lulik são diferentes em cada distrito. Cada uma tem uma expressão própria”.
E é para preservar esta cultura e identidade nacionais, que Virgílio Simith lança o apelo a todos os timorenses: “Temos de cuidar, não podemos permitir a destruição desta cultura, seja por outros, ou, às vezes, até por nós próprios. Devemos evitar a todo o custo o vandalismo, para não fazer desaparecer a nossa cultura. Não devemos apreciar só o que vem de fora, devemos também olhar para o que temos cá dentro, para o que é nosso”.