Censo Piloto prepara Censo de 2015
A Direção Geral de Estatística realizou, entre 11 e 25 de julho um Censo Piloto para preparar o Censo de 2015.
O Censo Piloto decorreu em oito distritos (Díli, Ermera, Baucau, Lautem, Manufahi, Bobonaro, Covalima e Manatuto), dos 13 que compõem Timor-Leste, tendo sido contratadas cerca de 100 pessoas para o realizar.
Para 2015 serão mais de cinco mil e duzentas (5.200), as contratações para a realização do Censo “uma vez que é feito porta a porta, em todas as casa de Timor-Leste”, explicou o Diretor-Geral de Estatísticas, António Freitas. “Os que tiverem oportunidade de participar neste projeto irão receber três semanas de formação, que lhes dará, não só conhecimento, como um emprego temporário, que poderá significar uma oportunidade de trabalho permanente, no futuro, devido à experiência que irão adquirir”, acrescentou.
A realização do Censo é fundamental para um conhecimento real do número de pessoas que estão no país, e do local de residência, uma vez que o recenseamento será não só populacional mas também habitacional. Com os dados recolhidos, o Executivo pode projetar o futuro próximo do país em termos de políticas habitacionais e de natalidade, económicas, regionais e até mesmo a nível global. Trata-se, portanto, de um dos instrumentos mais importantes para a organização de um Estado.
O Recenseamento Geral da População e da Habitação, serve, por exemplo para o Estado cumprir metas estipuladas a nível nacional (como o Programa do Governo ou o Plano Estratégico de Desenvolvimento), e internacional (como os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio).
De resto, o Censo de 2010, permitiu já ao Executivo ajustar políticas e medidas, tendo em conta a perceção real da população residente em Timor-Leste, da sua distribuição e condições de habitabilidade. “Percebemos, por exemplo, que localidades usufruíam já de fornecimento de eletricidade. Um serviço que sofreu um grande desenvolvimento com a construção das Centrais elétricas de Hera e Betano, e o fornecimento de energias alternativas nas zonas mais remotas. O Censo de 2010 permitiu-nos perceber exatamente o que estava feito, como e o que era necessário fazer”, explicou o Diretor-Geral de Estatísticas.
Permitiu, também, incentivar e envolver as comunidades no esforço de desenvolvimento concertado, através da realização do Sensus Fo Fila Fali – uma publicação com o perfil de cada um dos 442 sucos que existem no país, e que servem de referência para os líderes comunitários “porque contêm dados comparativos sobre os seus sucos e o distrito, e mesmo o país. E também sobre as suas potencialidades e maiores desafios. Isso permite-lhes saber o que podem e devem fazer para desenvolver a comunidade”, acrescentou.
Por norma indicada pela Divisão de Estatística das Nações Unidas, o Censo realiza-se em cada dez anos. Mas uma vez que Timor-Leste é um jovem país, que denota um “rápido desenvolvimento é importante para o Estado realizar estes recenseamentos com uma periodicidade mais curta. Mas há outros países que fazem o Censo de cinco em cinco anos, como os Estados Unidos da América, a Austrália ou o Japão”, acrescentou o Diretor-Geral de Estatísticas. O Governo decidiu realizar o Censo em 2015, devendo o próximo ser efetuado em 2020.
O diploma que define esta medida foi aprovado em Conselho de Ministros, em 25 de março deste ano. “Este Decreto-Lei enquadra normativamente a realização periódica de Censos, determinando as entidades responsáveis pela sua execução, os procedimentos para o financiamento e os mecanismos que garantem a confidencialidade da informação recolhida”, concluiu o Diretor-Geral de Estatísticas, António Freitas.