O Ministério da Saúde organizou uma conferência de imprensa, no dia 14 de Novembro no Palácio das Cinzas, para apresentação dos “Resultados Preliminares do Estudo sobre o Estado da Nutrição em Timor-Leste”.

O Estudo foi implementado pela Organização do Ministério da Educação do Sudeste Asiático (“South East Asian Ministry of Education Organization – Regional Center for Food and Nutrition”), realizou-se entre Maio de 2013 e Outubro do corrente ano através das amostras recolhidas entre 650 mulheres e 650 crianças, e corresponde a um padrão internacional.

O Ministério da Saúde agradeceu, também, aos profissionais de saúde que contribuíram fortemente para a realização deste estudo, a cooperação contínua da UNICEF e da Cooperação Australiana pela contribuição técnica e financeira imprescindíveis à efectivação deste Estudo.

Com este Estudo é possível associar o acesso a alimentos básicos essenciais como factor determinante da malnutrição entre crianças menores de 5 anos de idade e as suas mães em Timor-Leste, e dos quais incluem outras doenças e o elevado custo de alimentos rico em proteína como o bife, a galinha, o peixe, ovos, frutas e arroz, essenciais ao desenvolvimento das crianças.

De um modo geral, o resultado preliminar indica melhorias significativas no perfil nutricional das crianças timorenses com idade inferior a 5 anos de idade, com especial impacto a nível da malnutrição aguda em crianças menores de 2 anos de idade.

A taxa de malnutrição no país sofreu uma baixa de cerca de 6.6%, ou seja, de 44.7% em 2010 para 38.1% em 2013. Os dados apresentam uma redução da taxa de malnutrição crónica em crianças de 0 a 23 meses de idade de cerca de 11% (de 49% em 2010 a 38% em 2013), e cerca de 6.7% de redução no índice da malnutrição crónica entre crianças da mesma idade relativamente aos resultados do Estudo Demográficos de Saúde (de 18.6% em 2010 a 11.9% em 2013).

Especificamente, o Estudo demonstra grandes melhorias nos índices de malnutrição nos diferentes distritos, excepto em Covalima, Bobonaro e Oecusse, onde é necessário identificar as principais causas desta diferença.

Apesar dos avanços realizados ao longo, a malnutrição infantil entre crianças menores de 5 anos de idade continua a ser um problema de saúde pública em Timor-Leste. Neste sentido, o Ministério da Saúde continua a trabalhar com outros sectores relevantes tais como a agricultura, comércio e indústria, no sentido de dar seguimento ao desenvolvimento de um Plano Estratégico de Combate à Malnutrição em Timor-Leste, e cujo foco requer intervenções multisectoriais, no âmbito da Declaração de Comoro de 2010.

O programa de nutrição implementado pelo Ministério da Saúde inclui a disponibilização de um pacote integrado básico, composto por intervenções comunitárias tal como a triagem nutricional, suplementação com vitamina A, promoção do aleitamento materno exclusivo, tratamento e reabilitação nutricional das crianças malnutridas, suplementação com micronutrientes, desparasitação e monitorização do crescimento.

Para além disso, as mães são envolvidas em actividades de educação nutricional, com demonstrações práticas sobre como preparar refeições equilibradas e enriquecidas, sobre as boas práticas de higiene e sobre os cuidados de saúde em relação às doenças mais frequentes da infância, bastante interligados à Atenção Integrada das Doenças Neonatais e da Infância (AIDNI). Trata-se de uma abordagem destinada a responder de forma abrangente às principais causas de mortalidade de crianças, e promover melhores práticas de cuidados de saúde e nutrição para as crianças no seio das famílias.

Este é o primeiro Estudo desta natureza a ser realizado no país. As amostras de laboratório para a composição dos micronutrientes e iodine estão actualmente a ser examinados no Centro Regional de Alimentos e Nutrição, situado em Jacarta, e serão posteriormente apresentados entre Março a Abril de 2014.

Os resultados finais do Estudo irão, efectivamente, activar a consciência nacional sobre a segurança alimentar e o valor de uma nutrição saudável, para além de contribuir para a dinamização dos recursos humanos, materiais e financeiros necessários à implementação das estratégias de combate à malnutrição no país.