No dia 13 de Abril de 2012 a Ministra das Finanças, Emília Pires, visitou, juntamente com a Vice-Ministra da Saúde, Madalena Hanjam, a fábrica de produção alimentar em Railaco, Ermera, gerida pela Empresa Timor Global com o apoio do Programa Alimentar Mundial (PAM).
Madalena Hanjam fez saber que o programa foi estabelecido em 2007 pelo Ministério da Saúde, em cooperação com a Timor Global e o PAM com um orçamento inicial de dois milhões de dólares do Ministério da Saúde, que deverá disponibilizar outros dois milhões de dólares do orçamento de 2012 para garantir a sustentabilidade do projecto.
A Vice-Ministra da Saúde adiantou que esta produção alimentar é o ponto de partida para reduzir a importação de bens alimentares e tem como objectivo fornecer produtos de alta qualidade nutricional para grupos alvo como bebés dos 6 meses a crianças de 5 anos, mulheres grávidas e a amamentar.
Até ao momento, o programa já cobriu mais de 60 por cento destes grupos alvo. Pretende-se que quando a capacidade de produção atingir um certo nível – por exemplo 9 toneladas por dia (das 4 toneladas por dia, produzidas actualmente) – possa expandir para outros grupos vulneráveis, como idosos e doentes com VIH, para que o programa possa ajudar a reduzir a malnutrição no País em 15 a 20 por cento, anualmente.
A Ministra das Finanças manifestou-se esperançada de que Timor-Leste consiga suprir as suas necessidades e reduzir a actual dependência nas importações de ingredientes para produção, dos quais cerca de 40 por cento são fornecidos localmente e cerca de 70 por cento são importados. Recomendou, ainda, aos ministérios envolvidos nesta área, como o Ministério da Agricultura e o Ministério do Turismo, Comércio e Indústria, que têm orçamento de apoio, para se empenharem de forma a contribuir para o aumento da produção e indústria alimentar para reduzir a dependência das importações e, consequentemente, reduzir a saída de fluxo de capital do País.
Em conferência de imprensa, Emília Pires esclareceu que o projecto de fabricação é gerido por uma empresa privada em vez de uma empresa estatal porque esta é uma forma de atingir um dos objectivos estratégicos de desenvolvimento do País, que é o fortalecimento das parcerias entre o Governo e o sector privado. Isto pode ser feito incentivando iniciativas de industrialização nos vários sectores de desenvolvimento empresarial privado.
No que toca à questão dos baixos salários (três dólares por dia), a Ministra das Finanças lembrou que a média salarial nos países vizinhos é igualmente baixa, especificando o caso da Indonésia, onde os ordenados são ainda mais baixos do que em Timor-Leste. Aumentar a média salarial enquanto o País não apresenta bons níveis de produtividade e capacidade industrial pode tornar-se prejudicial para o esforço global de atrair investimento estrangeiro, uma vez que torna o País menos atrativo para esses investidores.
O investimento estrangeiro pode ser visto como uma vantagem para o País, a longo prazo, porque, de alguma forma, pode abrir caminho para atrair novos investidores, concluiu a Ministra.