Secretário de Estado do Conselho de Ministros e
Porta-voz Oficial do Governo de Timor-Leste
Juba, Sudão do Sul, 16 de Outubro de 2011
Kay Rala Xanana Gusmão, Primeiro-Ministro de Timor-Leste, chefia delegação a Juba, no Sudão do Sul
O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão e a Ministra das Finanças Emília Pires chefiam esta semana uma delegação a Juba, no Sudão do Sul, com o objectivo de consolidar relações diplomáticas formais entre as duas nações e de presidir à maior assembleia de estados frágeis da história do g7+.
O Primeiro-Ministro Gusmão irá estender formalmente a solidariedade entre os Governos e Povos das duas nações mais jovens deste milénio: Timor-Leste, que reconquistou a autonomia em termos de governação em 2002, e o Sudão do Sul, que já este ano votou esmagadoramente pela independência em referendo.
Embora um país se situe no Sudeste Asiático e o outro na África Oriental, Timor-Leste e o Sudão do Sul apresentam muitas semelhanças, dado que ambos lutaram pela sua independência e têm-se debatido com muitas das mesmas dificuldades de construção nacional. Para lá disto, ambos os países têm recursos a serem investidos para assegurar futuros melhores para os seus Povos.
Reconhecer semelhanças no processo de desenvolvimento, discutir desafios e partilhar soluções são alguns dos aspectos mais essenciais do g7+, que se reunirá em Juba, promovendo a união entre Estados frágeis e afectados por conflitos e trabalhando para definir, produzir e defender reformas vitais a nível de construção da paz e construção de Estados para pôr fim a conflitos, construir nações e erradicar a pobreza.
O g7+ é considerado o processo político individual mais importante dos tempos modernos, uma vez que são os próprios países que assumem a responsabilidade por identificar os processos e implementar os princípios necessários para saírem de uma situação de fragilidade. Pela primeira vez, os líderes do g7+ juntar-se-ão esta semana para consolidar a estrutura de governação, a política e os planos relativos à orientação futura do fórum, de modo a influenciar a arquitectura de desenvolvimento e a falar a uma só voz na cena internacional.
O g7+ é composto pelos Estados conhecidos como representando as “mil milhões de pessoas mais desfavorecidas” e que são mais afectadas por alterações climáticas, choques financeiros externos, crises globais de alimentos e pobreza. Até 2010 estas nações tinham uma representação informal, com poucas oportunidades e pouca camaradagem para promoverem, reformarem ou participarem em dinâmicas globais em prol dos seus países e dos seus Povos. O fórum foi criado como resposta à necessidade dos países mais vulneráveis do mundo falarem a uma só voz contra a onda de parceiros de desenvolvimento e organizações internacionais de ajuda que marca a dinâmica global, sendo que esta necessidade é ainda mais premente em face das condições internacionais. No topo da agenda do g7+ estão a mobilização de práticas de construção da paz, construção de Estados e reforma para alterar o paradigma do desenvolvimento e a produção de resultados palpáveis.
O g7+ e os parceiros de desenvolvimento elaboraram um “Novo Sistema” de ajuda com base nos objectivos de construção da paz e construção de Estados que serão confirmados por consenso esta semana em Juba. O “Novo Sistema” foi endossado ao nível político mais elevado por parte de parceiros de desenvolvimento, instituições internacionais de ajuda e países doadores, por via do Diálogo Internacional sobre Construção da Paz e Construção de Estados (DI) durante os últimos dois anos.
O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão tem sido um defensor do g7+ desde a concepção até à concretização, organizando o Secretariado do g7+ no Governo de Timor-Leste e tornando a nação um centro para servir todos os países frágeis e afectados por conflitos.