O Ministério da Educação reuniu, nos dias 3 e 4 de Outubro, no Centro de Convenções de Díli, os directores e responsáveis pela administração e gestão dos Estabelecimentos Integrados do Ensino Básico.
A intenção deste workshop de dois dias era falar sobre o papel da boa gestão, papel esse que compete aos directores e directores adjuntos que lideram essa função.
João Câncio de Freitas, Ministro da Educação falou do facto de a administração escolar pressupor uma filosofia e política que a orientam de acordo com a prioridade estabelecida para a educação tendo em conta a contextualização dos problemas educacionais na realidade.
O objectivo da administração escolar é educar as crianças, os jovens e os adultos, e não os envolve só a eles mas também os pais, os mestres, os funcionários, a comunidade e os interesses nacionais. Para que haja uma boa administração é necessário que haver planeamento, organização, execução e avaliação.
Os estabelecimentos de Ensino Básico são unidades sociais, organismos dinâmicos e caracterizam-se por uma série de relações entre os elementos que nela interferem, directa ou indirectamente. E é aqui que se fala de gestão escolar. O Ministro da Educação começou por falar em dois tipos de gestão: a democrática e a participativa.
Actualmente, há uma democratização da gestão escolar, que ficou estabelecida com o Regime Jurídico da Administração e Gestão do Sistema de Ensino Básico pese embora ainda se pratique uma administração autocrata, centralizada, na qual as decisões competem somente ao director.
“Na gestão democrática, a educação é uma tarefa de todos: família, sociedade, Governo. Para tal é necessário o envolvimento de todos e que todos o entendam como um processo colectivo, dinâmico e que exige acções concretas. É necessário que a gestão democrática seja vivida diariamente nas escolas, incorporada no quotidiano e se torne tão essencial à vida escolar tal como o é a presença dos professores e dos alunos”, referiu João Câncio de Freitas.
Ainda sobre a gestão democrática, todas as pessoas ligadas à escola devem fazer-se representar e decidir sobre os aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos e isto acontece quando a sociedade está integrada na escola.
Quando se fala em gestão participativa, fala-se necessariamente do papel do director. “O papel do director é muito importante se ele acreditar que não há administração satisfatória sem a participação de todos e de que não há participação condizente de todos sem o papel do coordenador. Para que aconteça essa participação é preciso que o gestor tenha consciência que deve impor o menos possível, aceitar a morosidade derivada do processo participativo, superar o receio de ser ultrapassado e de perder alguns privilégios, saber que é possível que se confronte com ideias diferentes e contraditórias às suas e conter a tendência centralizadora e individualista ao tomar decisões”, salientou o Ministro da Educação.
Segundo o próprio, qualquer dos modelos de gestão abordados, e modelos de liderança neles implícitos, constituem um grande desafio e necessitam de um longo período de tempo para orientação e formação.