Secretário de Estado do Conselho de Ministros e
Porta-voz Oficial do Governo de Timor-Leste
Díli, 27 de Abril de 2011
Governo do Território do Norte confirma as vantagens económicas do processamento em terra
Em declarações feitas no dia 26 de Abril, o Ministro Chefe do Território do Norte, Paul Henderson, apoiou a reivindicação de Timor-Leste relativamente aos benefícios económicos que se podem obter com o processamento em terra. O Sr. Henderson referiu que a indústria de fornecimento de petróleo e gás do Território pode valer centenas de milhões de dólares daqui a uma década, talvez dez ou vinte vezes mais do que o valor de 150 milhões de dólares por ano que actualmente se estima vir-se a receber. Durante vários anos o Sr. Henderson repetiu enfaticamente os méritos dos benefícios “imensamente importantes” que até à data derivaram sobretudo do GNL canalizado até Darwin a partir do campo de gás do Bayu-Undan no Mar de Timor, o qual faz parte da Área Conjunta de Desenvolvimento Petrolífero (ACDP) partilhada entre Timor-Leste e a Austrália. O Sr. Henderson aproveitou igualmente a oportunidade para expressar a sua desilusão relativamente ao abandono do campo regional australiano Prelude em favor de uma plataforma flutuante de GNL, o que resultará numa perda de postos de trabalho.
A base de fornecimento de Timor-Leste está em curso no distrito de Suai, na costa sul, sendo o primeiro de vários projectos a ser implementado como parte dos agrupamentos de desenvolvimento com base no GNL em Suai, Betano e Beaço. A base de fornecimento é dedicada a apoiar indústrias de petróleo e gás no Mar de Timor, tanto na Zona Exclusiva de Timor-Leste como na ACDP, devendo incluir entre outras instalações importantes: um porto marítimo, um parque de contentores, uma área de logística de armazém, edifícios administrativos, edifícios de gabinetes petrolíferos, tubagens, uma área de armazenamento de combustível, obras de metais pesados e um heliporto de perfuração em mar alto. A base de Suai dará apoio ao projecto do Greater Sunrise e a outros, sendo esperado que seja pelo menos tão economicamente benéfica para Timor-Leste, se não mesmo mais, do que o Bayu-Undan foi e continua a ser para Darwin.
A canalização de gás desde o campo do Bayu-Undan até Darwin, percorrendo uma distância de cerca de 500 kms, tem tido um impacto enorme na economia do Território do Norte desde 2005; todavia o modelo de Timor-Leste promete ser uma fusão regional mais inovadora, com a sua inclusão geográfica no arquipélago indonésio e com as nações da Costa Sul prontas para um desenvolvimento substancial como ponto de saída regional próximo.
Uma vez que os tratados co-assinados pelo Governo da Austrália e por Timor-Leste defendem “a partilha dos benefícios” dos recursos da ACDP, Timor-Leste está a preparar e a desenvolver os seus projectos na Costa Sul, para que o povo timorense passe a beneficiar de actividades em terra, nomeadamente por via da garantia de oportunidades de emprego, do desenvolvimento de indústrias e serviços e da promoção de acções de formação e de bolsas de estudo. Estão em curso trabalhos em infra-estruturas vitais para contribuir para o desenvolvimento económico sustentável a longo prazo em torno do sector petrolífero, de forma a contribuir para o alívio e erradicação da pobreza.
Em 2010 Timor-Leste tornou-se apenas o terceiro país no mundo a receber o estatuto de conformidade total com o órgão mundial de referência sobre transparência na gestão das receitas petrolíferas, a Iniciativa de Transparência nas Indústrias Extractivas (ITIE). Em Agosto Timor-Leste irá organizar a Conferência Regional da ITIE. Timor-Leste encorajou o seu vizinho próximo, a Austrália, a juntar-se também à lista de países cumpridores com a ITIE, a fim de garantir princípios de melhores práticas a nível de campos de petróleo em toda a região.