“O PEDN contempla as infra-estruturas básicas necessárias para a população”

O Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, esteve no no sub-distrito de Cristo Rei, do distrito de Díli, para a consulta popular sobre o Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional (PEDN) no dia 31 de Agosto.

O Chefe do Governo foi recebido pelas autoridades locais e pelo comandante do posto policial do distrito, junto ao edifício da Administração de Cristo Rei. Depois vestiu o traje tradicional e dirigiu-se ao recinto para a consulta sobre o PEDN.

Antes da apresentação do relatório, pelo Administrador do sub-distrito, o Primeiro-Ministro fez a a abertura oficial do evento, cortando um bolo preparado pelos sete sucos e abrindo uma garrafa de champanhe junto com as autoridades distritais e os líderes comunitários de Cristo Rei.

O Administrador, Simplício dos Santos Mendonça, apresentou depois os dados geográficos do sub-distrito, que é composto por sete sucos: Becora, Kamea, Kuluhun, Bidau Santa Ana, Metiaut, Hera e Balibar, tendo, no total, 51 aldeias. A localização dos sucos é a seguinte: Becora fica junto a Balibar e o sub-distrito de Remixio; o suco de Kamea situa-se junto a Hera e o sub-distrito de Remixio; Kuluhun faz fronteira com o sub-distrito Nain Feto; Bidau Santa Ana com Kuluhun; Metiaut fica junto a Santa Ana e Hera; o suco de Hera faz fronteira com o sub-distrito de Metinaro; e Balibar com o sub-distrito de Remixio. Segundo o recenseamento de 2004, vivem no sub-distrito de Cristo Rei 41.441 pessoas.

A população dedica-se essencialmente à agricultura, pesca e comércio. O sub-distrito tem potencialidade para desenvolver áreas como o turismo, pesca, cultivo de várzea e horticultura. A população considera, no entanto, que existem problemas a resolver, relacionados com infra-estruturas, saúde, educação, agricultura, assistência social, segurança e, ainda, o estado em que se encontra a sede administrativa dos sucos.

Simplício dos Santos Mendonça, afirmou que a população do seu sub-distrito “defende a posição do Governo de Kay Rala Xanana Gusmão nos negócios de pipeline para o nosso território o que irá beneficiar os nossos cidadãos com mais emprego”.

Para além das preocupações apresentadas pelo Administrador, os líderes comunitários acrescentaram outros problemas enfrentados pela população local, como o estado das estradas, das valetas, dos leitos das ribeiras, das pontes e os estragos provocados pelas inundações. A necessidade de ser feita recolha de lixo, canalização de água potável e um posto sanitário público. Pediram ajuda na aquisição de material de pesca, para a construção de um posto clínico e de um lar social para os mais idosos. Solicitaram o aumento do número de agentes policiais comunitários e transporte para os serviços de policiamento, bem como o aumento dos efectivos de saúde. Alertaram para a situação relativa ao despejo administrativo dos recintos junto às praias de Metiaut. Pediram que os projectos sejam atribuidos a empresas do suco. Chamaram à atenção para o facto do cemitério local estar cada vez mais estreito, para a questão das falhas na lista dos idosos e para o cuidado necessário para com os ex-FALINTIL desempregados. Manifestaram, ainda, a sua rejeição relativamente à proposta de construção de um centro de refugiados em Timor-Leste.

Na resposta, o Primeiro-Ministro convidou os presentes para fazerem uma reflexão sobre o Referendo, realizado em Timor-Leste há 11 anos, no qual o povo soube mostrar a sua audácia em utilizar o prego e a lapiseira para determinar o destino da Pátria. “Venho aqui hoje para vos colocar uma questão sobre o desejo do Povo, em 2001, quando, após a independência, pediu o fornecimento de água potável, boas casas, rede de distribuição de electricidade, boas estradas, pontes, escolas para as crianças… tudo isso só se alcança quando todos procuram evitar confrontos como os de 2006, e se concentram nas actividades que trazem bem-estar para a população e atraem o progresso, caso contrário continuaremos a marcar o passo sem registar avanços”, recomendou o Chefe do Executivo.

O líder da AMP salientou ainda que, “em 2002 foram os timorenses e as Nações Unidas que, em conjunto, construíram os alicerces de Timor. Em 2003 algo foi feito, mas não o esperado por dois motivos: primeiro, logo em Setembro, o Estado de Timor-Leste teria que criar as suas instituições, e o outro, foi a falta de dinheiro. Mas chegou o momento de reflectirmos sobre o Plano Estratégico de 2010, sobre a comemoração dos 11 anos da Consulta Popular, sobre os oito anos de independência, é por isso que o PEDN contempla a criação de infra-estruturas básicas de maior necessidade para a população de acordo com a capacidade orçamental do Estado”.

O Primeiro-Ministro referiu ainda a “parceria entre o Governo e os empresários para, com a ajuda do Estado, serem contruídos projectos de qualidade, que permitam ao povo usufruir da independência em vez de procurar apenas lucros ou passar férias em Bali e Surabaya. É por isso que a construção de estradas nacionais será atribuída a empresas internacionais, de qualidade e que obedecem, a critérios de outros países, que podem assegurar a boa qualidade e longa duração”.

A comitiva do Primeiro-Ministro, nesta consulta popular sobre o PEDN em Cristo Rei, era composta pelo Ministro do Turismo, Comércio e Indústria, Gil Alves, pelo Vice-Ministro das Finanças, Rui Hanjam, pelo Administrador do Distrito de Díli, Ruben Braz e pelo Comandante das Operações Policiais do Distrito de Díli, Inspector Pedro Belo.

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