O Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, participou como orador principal no Fórum de Líderes Globais, realizado no âmbito do 60.º aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). O evento, sob o tema “Traçar um novo rumo de desenvolvimento num mundo em mudança”, decorreu entre os dias 12 e 14 de junho, em Genebra, na Suíça.
Em representação do Presidente da República, José Ramos-Horta, o Primeiro-Ministro afirmou que “desde a sua criação em 1964, a UNCTAD tem estado na linha da frente das mudanças económicas e geopolíticas, lutando por um sistema económico mais justo”.
Salientou ainda que “o 60.º Aniversário da UNCTAD dá-nos a oportunidade para discutir novas abordagens para enfrentar os desafios” da atualidade, num “mundo em que o conflito e a desordem estão cada vez mais presentes, onde o direito internacional é aplicado seletivamente pelo mundo desenvolvido”. Além disso, enfrentamos “uma emergência climática que foi causada pelos países industrializados, mas cujos impactos são maiores no mundo em desenvolvimento”. Ao mesmo tempo, “temos uma economia global que está a enraizar uma desigualdade extrema”.
O chefe do Governo destacou a importância de abordagens de desenvolvimento inclusivas e conduzidas pelos próprios países, realçando a criação do g7+, um grupo de países frágeis que partilham experiências e defendem uma voz comum no cenário internacional.
Xanana Gusmão destacou a recente adesão de Timor-Leste à Organização Mundial do Comércio, que “ajudará na integração nacional na economia global”. Elogiou também a Estratégia da UNCTAD para Apoiar Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS), “que fornece um quadro para o desenvolvimento sustentável, diversificação económica e construção de resiliência”.
O Primeiro-Ministro apelou “às Nações Unidas e à UNCTAD para explorarem uma melhor abordagem para fornecer apoio e assistência, de modo a abrir a porta para a paz e desenvolvimento nestes países frágeis” e sublinhou a necessidade de a UNCTAD ter “o apoio político necessário para desempenhar o seu papel e traçar um novo modelo de desenvolvimento internacional”.