O Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, e o Presidente da República, José Ramos-Horta, participaram no seminário nacional que assinalou o 25.º aniversário do Massacre de Liquiça. O evento, intitulado “Celebrar a Vitória e Lutar Pela Justiça, Não Somos Vítimas, Mas Somos Autores Históricos”, teve lugar no dia 5 de abril de 2024, em Tokodede, Liquiça.
O Massacre de Liquiça, ocorrido em abril de 1999, cinco meses antes do referendo que conduziu à independência de Timor-Leste. Cerca de duas mil pessoas refugiaram-se na igreja local, após soldados e milícias pró-indonésia queimarem e pilharem casas neste município. A igreja foi alvo de ataque pelas milícias e entre 30 a 100 pessoas foram mortas. O massacre de Liquiça foi o primeiro ataque em que as milícias invadiram uma igreja, local considerado até então refúgio seguro.
Durante o evento, o Presidente José Ramos-Horta enfatizou a importância do processo de reconciliação nacional e o papel da Comissão de Verdade e Amizade, e afirmou que é dever do Estado reconhecer a participação de todos os cidadãos na luta pela independência, desde as vítimas de massacres até os veteranos e idosas e idosos, como heróis vivos, garantindo-lhes os direitos que merecem pela sua contribuição.
O Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, reforçou o compromisso do Governo em resolver as questões dos veteranos, cuidar dos seus heróis vivos, principalmente daqueles que ainda vivem em dificuldades, garantindo-lhes os seus direitos e justiça. O chefe do Governo destacou ainda a necessidade de reconhecimento e apoio contínuo às famílias afetadas, bem como o empenho em preservar a memória histórica do massacre.
O Presidente da Autoridade Municipal de Liquiçá, Paulino Ribeiro, expressou a sua gratidão pela presença e apoio do Presidente Ramos-Horta e do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, reafirmando o compromisso da sua administração em colaborar com as famílias das vítimas, os veteranos e a sociedade civil para encontrar os corpos das vítimas perdidas e levá-los para o Jardim dos Heróis e garantir o devido reconhecimento que todos têm direito.