O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Bendito dos Santos Freitas, acompanhou o Presidente da República, José Ramos-Horta, na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas de 2023 (COP28), nos dias 2 e 3 de dezembro de 2023, no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Na sua intervenção no Segmento de Alto Nível da Avaliação Global na COP 28 o Ministro Bendito Freitas destacou a importância dos meios de implementação para o sucesso do Acordo de Paris e a necessidade de avaliação global. Abordou as falhas na “mitigação, adaptação e perdas e danos devido à falta de meios de implementação” e instou os “países desenvolvidos a mobilizar os 100 mil milhões de dólares e a não falhar nas suas promessas de 2023 a 2024, dobrando o seu apoio para 200 mil milhões de dólares até 2030”.
Apelou ainda aos líderes dos países desenvolvidos nações para que “apoiem as nações em desenvolvimento com o desenvolvimento e implementação de tecnologias verdes para se adaptarem às mudanças climáticas”, que nos “levará a uma marcha coletiva com esperança e otimismo para colaborar e tornar nosso planeta um lugar melhor e um lar duradouro para todos, e para as gerações futuras”.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação participou também num encontro paralelo, coorganizado pela organização intergovernamental g7+ em conjunto com Emirados Árabes Unidos, com o tema “Reforçar a Resiliência através da Intensificação das Ações Climáticas em Ambientes Frágeis e Afetados por Conflitos”. Durante as discussões, os países membros do g7+ concordaram em colaborar com os Emirados Árabes Unidos para acelerar o processo de implementação das ações climáticas, através de contribuições financeiras por parte de países industrializados ou desenvolvidos, para combater as alterações climáticas e evitar afetar negativamente os países menos desenvolvidos.
O Presidente da República no seu discurso saudou a decisão histórica de operacionalizar o fundo de perdas e danos, enfatizando a necessidade de financiamentos adicionais para enfrentar os impactos das alterações climáticas. O Chefe de Estado instou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional.
José Ramos-Horta destacou os múltiplos impactos das alterações climáticas em Timor-Leste, como inundações, secas, deslizamentos de terra e aumento do nível do mar, que afetam a agricultura, a segurança alimentar e as infraestruturas.
Alertou ainda para as ameaças como pesca ilegal e poluição por plástico que Timor-Leste enfrenta e assumiu o compromisso nacional com um caminho de desenvolvimento de baixo carbono, com prioridade à energia renovável e ao reflorestamento.