A campanha do Censo Nacional da População e Habitação de 2022 foi oficialmente lançada hoje, dia 15 de agosto, pelo Presidente da República, José Ramos-Horta e pelo Primeiro-Ministro Taur Matan Ruak, numa cerimónia realizada no Centro de Convenções de Díli.
O Censo de 2022, a realizar entre 4 de setembro e 5 de outubro, em todo o território, será o quarto em Timor-Leste, na sequência dos efetuados em 2004, 2010 e 2015.
O Recenseamento Geral da População e da Habitação tem como principais objetivos a contagem e a caraterização da população residente em Timor-Leste, bem como o levantamento dos alojamentos existentes e das suas condições de habitabilidade, mediante a recolha exaustiva de elementos e dados, realizada através de operações de inquérito e tratamento estatístico.
Todos os agregados familiares dos 13 municípios e da Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno (RAEOA) serão visitados a partir do dia 4 de setembro, por equipas de recenseadores, especialmente formadas para o efeito, que serão responsáveis pela recolha de dados. Um total de 3.424 pessoas foram contratadas pela Direção-Geral de Estatística para a implementação desta iniciativa. Estas equipas estão obrigadas a sigilo profissional e os dados recolhidos são anónimos, o que significa que não vão ser associados aos nomes de nenhuma família ou pessoa. Todos os recenseadores estarão devidamente identificados.
Na sua mensagem de boas-vindas, o Ministro das Finanças e Vice-Presidente da Comissão Nacional do Censo Nacional da População e Habitação, Rui Augusto Gomes, sublinhou que “o nosso Primeiro-Ministro, Taur Matan Ruak, já afirmou várias vezes que a prioridade de desenvolvimento do VIII Governo Constitucional são as pessoas. Para atingir o bem-estar e o progresso, o capital humano é que é o mais importante. Por isso, nós precisamos de ter informação correta e atual sobre a nossa sociedade, a nível local e a nível nacional. Por exemplo, quando a maioria da população de um posto administrativo é composta por bebés e crianças, as políticas públicas têm que ser orientadas para a construção de pré-escolares”.
O Governante explicou que o objetivo do Censo 2022 é “recolher informação para se saber corretamente qual é a estrutura da população até ao nível de Suco e Aldeia. Por exemplo, qual a quantidade de jovens ou idade da população, quantas mulheres e quantos homens, quantos bebés e crianças, quantas pessoas com deficiência e dados sobre a população que vive na cidade ou nas áreas rurais”.
O Ministro Rui Gomes manifestou ainda acreditar que “com o envolvimento do Presidente da República, do Parlamento Nacional, das lideranças religiosas e de toda a sociedade civil, este Censo Nacional da População e Habitação irá decorrer com sucesso”.
No Orçamento Geral do Estado de 2022, o Governo alocou 3,1 milhões de dólares americanos para a implementação desta atividade. O Censo de 2022 conta também com o apoio financeiro de várias agências das Nações Unidas: o Fundo de População das Nações Unidas contribuiu com $777.300, a UNICEF com $56.000, o PNUD com $25.000, a ONU Mulheres com $24.000 e o Programa Alimentar Mundial com $20.000.
O Censo 2022 deveria ter sido realizado em 2020, mas impedimentos orçamentais em 2020, provocados pelo funcionamento em regime duodecimal e as restrições de circulação impostas pela COVID-19 impediram a sua realização.
Em março de 2022, o Conselho de Ministros aprovou a Resolução do Governo N.º 14/2022, de 23 de março, que estabeleceu a estrutura administrativa responsável pela realização do Censo Nacional da População e Habitação de 2022, composta por três comissões, a Comissão Nacional Censo 2022, presidida pelo Primeiro-Ministro, a Comissão Técnica do Censo 2022, presidida pelo Diretor-Geral de Estatística, Elias dos Santos Ferreira e a Comissão de Publicação do Censo 2022.
A cerimónia de lançamento contou também com a participação dos membros do VIII Governo Constitucional e do Parlamento Nacional, do corpo diplomático, parceiros de desenvolvimento, Presidentes das Autoridades Municipais e dos Administradores de Posto Administrativo, lideranças comunitárias, lideranças religiosas, académicos, representantes do setor privado e jornalistas.