O Governo lançou a primeira pedra do Monumento da Reconciliação que assinala o massacre de Aifu, no Suco de Poetete, Posto Administrativo de Ermera. Participaram representantes dos então partidos políticos Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN), União Democrática Timorense (UDT), Associação Popular Democrática de Timor (APODETI), Klibur Oan Timor Aswa’in (KOTA) e Partido de Trabalhista (PT), reunidos em Ermera, no dia 7 de abril de 2016.
O Vice-Ministro da Solidariedade Social, Miguel Marques Manetelu, salientou que a iniciativa de construir este monumento partiu da comunidade. “A presença do Governo só veio apoiar a iniciativa”, disse Manetelu. Acrescentou que, no ano de 1974 e 1975, quadros médios, delegados e militantes dos cinco partidos entraram em choque uns contra os outros naquele local, resultando muitas mortes de timorenses.
Declarou ainda que a construção deste monumento tem que ser acabada, para assegurar um local para reunir os restos mortais dos heróis que, entretanto, foram recolhidos pelas famílias. Pediu também para que este sítio possa ser utilizado no futuro como um Jardim dos Heróis.
Entretanto, o Presidente da Comissão Organizadora da construção do monumento de Aifu, Ernesto Fernandes “Dudo”, reconheceu que esta iniciativa tem a intenção de promover a reconciliação dentro da comunidade, daqueles que anteriormente se consideravam inimigos e se matavam uns aos outros, devido a divergências políticas.
“Agora acabou a guerra, mas os mortos continuam a existir. Foi isso que nos levou a ter esta iniciativa de reunir os cinco partidos e as comunidades de 12 sucos, para que não se utilizem mais armas e vinganças. Porque, na era da independência, essas atitudes já não têm justificação”, explicou Dudo.
O Presidente da UDT, Gilman Exposto Santos, salientou que a construção deste monumento é um ato de disponibilidade e boa vontade, que representa todas as pessoas que foram vítimas daquele ataque.
“A paz deve começar por nós. Começa pelas pessoas que têm vontade de a construir no nosso país. Não podemos dizer que há paz quando há pessoas que ainda são afetadas pela discriminação”, defendeu o Presidente da UDT.
Estiveram presentes nesta cerimónia representantes, entre outros, do Parlamento Nacional, das autoridades locais, dos “lia na’in” (anciãos) e das comunidades.