Reflexões sobre o primeiro ano do VI Governo Constitucional

Ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros e

 Porta-voz Oficial do Governo de Timor-Leste

Díli, 15 de fevereiro de 2016

Reflexões sobre o primeiro ano do VI Governo Constitucional

Terça-feira, dia 16 de fevereiro, assinala-se o primeiro aniversário da tomada de posse do VI Governo Constitucional.

Há um ano, no Palácio Lahane, situado nas colinas com vista para Díli, o novo Primeiro-Ministro, Dr. Rui Maria de Araújo delineou o objetivo do novo Governo de consolidar o legado do seu antecessor: implementar o Plano Estratégico de Desenvolvimento e fazer avançar o país. No final desse discurso, tal como em muitas outras ocasiões desde então, o Primeiro-Ministro apelou ao contributo de todos em prol do desenvolvimento da nação, invocando o lema “Um por todos e todos por um”.

Decorridos doze meses são evidentes os resultados de um Governo que dá prioridade aos interesses nacionais e que trabalha com “rigor e transparência”.

Desde fevereiro do ano passado, reabilitaram-se mais de 300 escolas e a reabilitação de outras 218 está em curso. Construíram-se doze novas pré-escolas e centenas das pré-escolas já existentes estão envolvidas num rigoroso processo de acreditação. Mais de 75.000 mesas e cadeiras foram distribuídas pelas escolas básicas e secundárias espalhadas por todo o país e distribuíram-se, também, mais de 2.800 toneladas de arroz para apoiar o Programa da Merenda Escolar.

Foi implementado um novo currículo para o Ensino Pré-Escolar e para o 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico, ligado à cultura popular, focado no desenvolvimento da pessoa no seu todo e numa abordagem de aprendizagem centrada na criança. Mais de 9.000 professores receberam formação sobre os novos conteúdos curriculares com o objetivo de os colocar, a eles e aos seus alunos, num processo de aprendizagem contínua rumo ao sucesso.

O VI Governo Constitucional lançou o Pacote Compreensivo de Cuidados de Saúde Primários e o Programa de Saúde na Família. Milhares de famílias, em todos os municípios, receberam nos seus lares a visita de profissionais de saúde que avaliaram o estado de saúde de cada membro. A Campanha Nacional de Vacinação contra a pólio, sarampo e rubéola terminou em julho, abrangendo mais de 96% das crianças até aos 15 anos de idade. Foram introduzidas medidas arrojadas para reduzir o consumo do tabaco, incluindo o recém-aprovado Decreto-Lei sobre o Regime de Controlo do Tabaco e a formação de profissionais que vão prestar apoio a quem queira deixar de fumar.

Ainda no setor social, foi assinada a Declaração de Maubisse, cujo objetivo é dar igualdade de oportunidades às mulheres, criada a Liga Amadora de Futebol, com 21 equipas registadas para a qualificação e prestado o apoio social a crianças, adultos, idosos, pessoas com deficiência e famílias necessitadas. Desde fevereiro do ano passado, mais de 54.000 pessoas beneficiaram do programa Bolsa da Mãe.

No setor económico o VI Governo Constitucional trabalhou de acordo com o seu compromisso de criar condições para a diversificação económica, criando infraestruturas necessárias, estabelecendo um quadro legislativo efetivo para empresas, criando condições atrativas para o investimento e fomentando as empresas locais em setores prioritários.

No setor da agricultura iniciou-se a construção de três grandes sistemas de irrigação e concluiu-se a segunda fase dos sistemas de irrigação em Covalima, Ainaro e Manufahi. Distribuíram-se 270.000 mudas florestais para serem plantadas em 432 hectares espalhados por doze municípios, produziram-se 600.000 mudas de café nos centros de viveiros, foi feita a manutenção e reabilitação de 216 hectares de plantações de café e a área total de plantação de café foi alargada em 55 hectares.

O Governo tomou medidas para a melhoria das qualificações dos trabalhadores, investindo em Capital Humano e garantindo boas condições de trabalho. Centenas de mulheres e homens participaram no Programa Nacional de Estágios e através do Fundo de Desenvolvimento de Capital Humano o Governo atribuiu mais de 2.500 bolsas de estudo em áreas como a saúde, a engenharia, a educação, a gestão e a administração pública. Foram financiadas mais de 15.000 pessoas em programas de formação profissional técnica e outros programas de desenvolvimento de qualificações especializadas. Com o intuito de verificar as condições de trabalho e de identificar perigos no local de trabalho, realizaram-se quase 2.000 visitas de inspeção laboral.

A emissão ou renovação de mais de 8.400 certificados de licenciamento comercial e de mais de 2.800 licenças para micro negócios são reveladoras do crescimento no desenvolvimento do setor privado. A reformulação da Agência Especializada de Investimento em Agência de Promoção de Investimento e Exportação de Timor-Leste, I.P. – TradeInvest Timor-Leste, vai ser mais eficaz na promoção de oportunidades de emprego, no encorajamento dos empresários nacionais e no aumento das exportações. O estabelecimento da Estrutura de Coordenação Económica vem, também, fomentar o crescimento do setor privado.

Foi implementado o Programa de Turismo Comunitário, com orçamentos alocados a 27 projetos em cinco municípios e 3 projetos na Zona Especial de Oe-Cusse Ambeno. Realizou-se mais uma edição do Tour de Timor e da Regata Darwin-Díli e o Hotel do Forte e o Centro Cultural e Patrimonial de Balibó abriram portas. A visita de mais de 1.500 turistas do cruzeiro Pacific Jewel foi um sucesso assim como a participação de Timor-Leste na Expo de Milão, o que contribuiu para promover e elevar o perfil do país a nível internacional. Também o acordo de isenção de visto assinado com o Parlamento Europeu vai incentivar os visitantes dos países da União Europeia e facilitar a entrada dos cidadãos timorenses nos países europeus.

Por todo o território de Timor-Leste continuaram 86 projetos de infraestruturas básicas em diversas áreas tais como energia, estrada e pontes, água e saneamento e edifícios públicos. Os Planos Mestres de Água e Saneamento ficaram finalizados em Same, Baucau, Viqueque e Lospalos. Iniciou-se o projeto para reabilitar e alargar o sistema de abastecimento de água na capital de Manatuto, o qual já atingiu metade da construção. Construíram-se habitações prefabricadas em três municípios e milhares de contadores de eletricidade foram instalados, em todo o país, para facilitar o acesso à eletricidade e permitir uma cobrança de receitas apropriada. Iniciou-se a construção do aeroporto em Oe-Cusse Ambeno e a Central Elétrica de Pante Makassar já se encontra em fase avançada de construção. A parceria público-privada para a construção do Porto de Tibar deu passos significantes. Foram construídos ou reabilitados trechos rodoviários importantes, incluindo a rota entre Díli e Ainaro e a estrada no nordeste que liga Díli a Maliana. A Agência de Desenvolvimento Nacional avaliou 58 projetos de infraestruturas com um valor total de 395 milhões de dólares, tendo conseguido o Estado arrecadar mais de 61 milhões de dólares americanos.

Em fevereiro de 2015 o novo Primeiro-Ministro, Dr. Rui Maria de Araújo, prometeu mudanças na administração pública de modo a criar “uma ordem burocrática mais leve, mais profissional, mais técnica e menos politizada”, tendo determinado reformas necessárias para estabelecer sistemas mais eficientes e efetivos que melhor sirvam o povo timorense no futuro.

Muitas destas mudanças e reformas foram iniciadas durante os últimos doze meses. A Unidade de Planeamento, Monitorização e Avaliação tem estado a trabalhar para garantir uma melhor ligação entre planeamento e orçamentação. Pela primeira vez o processo orçamental de 2016 obrigou os Ministérios a expor detalhes sobre programas e atividades específicos, apresentando uma ligação transparente e justificável entre estes e os respetivos orçamentos. Foi aprovado o Guia de Reforma da Administração Pública, foi estabelecida a Comissão para a Reforma Fiscal, os membros da Comissão para a Reforma Legislativa e do Setor da Justiça tomaram posse e iniciaram o seu trabalho e foi produzido o “Guia de Reforma e Fomento Económico de Timor-Leste 2015-2017”, e que está atualmente a ser implementado.

Neste primeiro ano do VI Governo Constitucional a ‘auditoria social’ tem sido posta em prática como forma de reforçar a inclusividade, transparência e responsabilização. A I Conferência Nacional sobre Auditoria Social já teve lugar assim como atividades de auditoria realizadas nas áreas da educação, saúde, infraestruturas básicas e agricultura.

Durante este período houve lugar a outros sucessos como a conclusão do Censo Nacional da População e Habitação de Timor-Leste de 2015, cujos resultados preliminares publicados indicaram uma população total de 1.167.242 habitantes, e a coordenação dos eventos que celebraram os 40 anos da Proclamação da Independência e os “500 anos da Interação de Duas Civilizações: Timor-Leste e Portugal e a Afirmação da Identidade Timorense”.

Nos últimos doze meses assistimos também ao reforço das relações internacionais, fruto da liderança da Presidência Rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da participação plena no Fórum Regional da ASEAN e da conclusão e assinatura de um acordo histórico com a Santa Sé. No que se refere à CPLP, ministros de todos os países-membros participaram em reuniões de alto nível que tiveram lugar em Díli. Cada uma destas áreas de interação internacional construiu relações mutuamente benéficas, criando oportunidades de intercâmbio económico e cultural.

Timor-Leste desempenhou um papel importante na formação dos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, tendo assumido a iniciativa de promover a sua implementação sob a liderança do Primeiro-Ministro. Em 2016, o Dr. Rui Maria de Araújo efetuou a sua primeira visita oficial à República da Indonésia, tendo posteriormente o Presidente Joko Widodo visitado Timor-Leste, em janeiro de 2016. As relações com a Indonésia estão a ser consolidadas através de novos acordos de cooperação nas áreas da juventude e desporto, arquivos, clima e geofísica – procura e salvamento, e energia – petróleo e recursos minerais. Timor-Leste e Indonésia iniciaram também negociações à luz do direito internacional com vista à demarcação das fronteiras marítimas.

As relações com o outro vizinho próximo de Timor-Leste, a Austrália, continuam fortes numa altura em que o Governo procura resolver algumas diferenças e avançar de boa-fé para uma demarcação das fronteiras marítimas. O VI Governo Constitucional respondeu aos desafios desta questão ao estabelecer o Conselho para a Delimitação Definitiva das Fronteiras Marítimas, reforçando o Gabinete das Fronteiras Marítimas, e nomeando o Ministro Kay Rala Xanana Gusmão como Negociador Principal para a delimitação das fronteiras com a Indonésia e a Austrália, e mantendo uma posição clara e direta relativamente à sua prioridade de delimitar as fronteiras marítimas segundo os princípios do direito internacional.

O Porta-voz do VI Governo Constitucional, o Ministro de Estado Agio Pereira, sublinhou que “este relato, que destaca apenas alguns dos resultados obtidos, deixa claro que o Governo tem sido dinâmico, trabalhando com rigor e focado nos resultados, de modo a estabelecer o cenário necessário para o nosso desenvolvimento económico a longo prazo e a criar melhores condições para os nossos cidadãos. Continuam a existir desafios e o Governo reconhece que os importantes progressos alcançados neste último ano são apenas parte do que estamos determinados a conseguir até final do nosso mandato. Numa altura em que assinalamos a conclusão do primeiro ano do Governo, saudamos todos os cidadãos pelo seu empenho em prol do interesse nacional e pelo seu trabalho em equipa com vista ao desenvolvimento da nossa pátria. O Governo encara os próximos doze meses com firmeza e determinação para continuar a conseguir os melhores resultados possíveis para o povo de Timor-Leste.”FIM

 

FACTOS e NÚMEROS

Um Ano de VI Governo Constitucional

SETOR SOCIAL

SETOR ECONÓMICO

 

SETOR INFRAESTRUTURAS

 

 SETOR BOA GOVERNAÇÃO

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