Metinaro recebeu a Consulta do PEDN

Sex. 17 de setembro de 2010, 11:04h
Metinaro_PORTAL

A Consulta do Plano Estratégico do Desenvolvimento Nacional (PEDN), pelo Primeiro-Ministro continuou no dia 6 de Setembro de 2010, no sub-distrito de Metinaro, do distrito de Díli.

Adão Araújo, Administrador do sub-distrito de Metinaro, contextualizou geograficamente o seu sub-distrito: a Sul faz fronteira com o sub-distrito de Remexio, Suco de Liurai; a Norte com o sub-distrito de Ataúro; a Este com o de Lacló, Suco Uma Kaduak, e a Oeste com o de Hera, do sub-distrito de Cristo Rei. Metinaro apenas dispõe de 2 Sucos: o de Duyung e Sabuli.

As preocupações apresentadas pelo Administrador diziam respeito à residência para os veteranos, às viúvas, órfãos e deficientes; à ligação entre as aldeias, pontes, electricidade a nível das aldeias; à água potável e às suas redes de suporte; ao Centro de Formação Juvenil; às sedes administrativas a nível das aldeias; ao aumento do número de profissionais de saúde e ao seu alojamento; às viaturas de ambulância; ao aumento do número de professores e alojamento para estes; ao edifício para PNTL; ao centro para pescadores; ao aumento do número de funcionários públicos; à abertura de pequenas indústrias e reconstrução dos sítios turísticos.

O Chefe do Suco de Sabuli, Matias Agapito Oliveira, ao reforçar as preocupações acima referidas salientou as expectativas da população no que concerne o PEDN.

Face a tais preocupações Kay Rala Xanana Gusmão, relembrou que em 4  de Setembro de 1999, Kofi Annan, na qualidade de Secretário-Geral da ONU, anunciou o resultado da Consulta Popular, e passados 11 anos, ainda existem inquietações devido às condições mínimas, e assim sendo é necessário recorrer a reflexões.

Relativamente à preocupação do Chefe do Suco sobre a possibilidade da concretização deste plano, o Primeiro-Ministro fez uma outra reflexão: “em 1975 quando os indonésios invadiram o território, vieram munidos de carros de assalto, aviões, helicópteros, morteiros e canhões. Foram testemunhas aqueles anciãos, aí sentados, e lembram-se bem que na altura lutámos com armas Mauser e G3, enquanto o inimigo penetrava em Díli com barcos de Guerra fazendo abalar as nossas montanhas, e ainda assim defendíamos a possibilidade da concretização do plano da independência para o nosso território”.

“Mantínhamos a auto-confiança, vivíamos em condições de sofrimento, fomos alvo das balas inimigas, e neste momento de independência, cabe-nos a todos reflectir que, nas passagens históricas de guerrilha nunca nos deixámos desvanecer aquela esperança de reorganização de luta pela independência e ninguém responsabilizou pelos sofrimentos em prol da independência, sim… foi o sofrimento”, realçou o antigo comandante da guerrilha.

“Testemunhamos hoje, nas nossas deliberações, sobre o que nos foi proporcionado pela independência. Nesta Era da independência alguma coisa evoluiu. Sim, muito lento, prevalecem as tentativas de recuperação, o Estado continua a avançar e conseguimos completar oito etapas, a caminho de nove mas ainda não está tudo devidamente desenvolvido”, reflectiu o Primeiro-Ministro.

“Passados oito anos, a caminho dos nove, o que é que os timorenses conseguiram para si próprios? Recorramos à reflexão, é importante para não registarmos recuos. Tal como em 1978-1979, experimentámos a destruição das bases de apoio, recorremos a uma reflexão sobre a origem da nossa derrota, o porquê da destruição da nossa base pelo inimigo, tentámos descobrir nas nossas próprias experiências os nossos pontos fracos e os pontos fortes do inimigo, reiniciando as estratégias com medidas de recuperação e de correcção” relembrou Xanana Gusmão.

O Primeiro-Ministro referiu, mais adiante, que “há dois anos, muito dinheiro foi empenhado em busca da solução para a crise de 2006, pelo que solicito a todos para erradicarem o ciclo de implementar, de dois em dois anos, a sua tentação. Completámos o décimo aniversário da Consulta Popular, e dissemos Adeus Conflito e Bem-vindo Desenvolvimento como algo necessário para a mudança das nossas mentalidades em prol do desenvolvimento”.

Kay Rala Xanana Gusmão foi acompanhado pelo Presidente do Parlamento Nacional, Fernando La Sama de Araújo , o ex-Representante Especial do Secretário-Geral da ONU em Timor-Leste, Sukehiro Hasegawa, o Ministro das Infra-estruturas, Pedro Lay, os Secretários de Estado da Cultura, Virgílio Smith, da Agricultura e Arboricultura, Marcos da Cruz, representantes das instituições relevantes, a estrutura administrativa distrital e o Superintendente Policial do Distrito de Díli, Pedro Belo.

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