Reunião do Conselho de Ministros de 24 de maio de 2016

Presidência do Conselho de Ministros

VI Governo Constitucional

……………………………………………………………………………………………………………..

Díli, 24 de maio de 2016

Comunicado de Imprensa

Reunião do Conselho de Ministros de 24 de maio de 2016

O Conselho de Ministros reuniu-se esta terça-feira, no Palácio do Governo, em Díli, e aprovou:

1. Decreto-Lei sobre o Regime dos Gabinetes Ministeriais

Este diploma atualiza a composição, orgânica e regime dos gabinetes dos membros do Governo, de forma a permitir uma melhor implementação das suas estruturas de apoio, incluindo as do Gabinete do Primeiro-Ministro, que ainda não estavam regulamentadas.

As regras de recrutamento de mão-de-obra qualificada para os gabinetes dos membros do Governo, estão, também, contempladas, através do recurso a quadros da função pública ou a contratos a termo certo, mantendo-se o elemento de confiança pessoal que deve reger a nomeação dos membros dos gabinetes.

2. Decreto-Lei que cria a Autoridade de Inspeção e Fiscalização da Atividade Económica, Sanitária e Alimentar, IP

Este diploma cria a Autoridade de Inspeção e Fiscalização da Atividade Económica, Sanitária e Alimentar, com competências para inspecionar e fiscalizar as atividades económicas, as condições sanitárias e o controlo de qualidade dos alimentos.

É atribuída autoridade e competência a este instituto público para instruir processos de contraordenação e aplicar coimas e sanções no caso de infração à lei, bem como para promover ações de divulgação de informações relevantes, com o objetivo de diminuir, eliminar ou prevenir riscos constatados na cadeia alimentar e riscos sanitários para a saúde pública. Pretende-se, ainda, com esta atividade, assegurar o regular exercício das atividades económicas no setor alimentar e não alimentar, protegendo os consumidores e a economia nacional.

Esta medida cumpre uma das prioridades do Programa do Governo, que prevê o relançamento da política de defesa do consumidor e a melhoria das condições de vida da população, para além de regular as atividades económicas.

3. Decreto-Lei sobre regras relativas ao acesso e classificação de documentos oficiais

Este diploma estabelece as regras relativas ao acesso do público aos documentos oficiais e sua classificação, em termos de confidencialidade. São estabelecidos critérios uniformes para o relacionamento entre as entidades públicas e potenciais interessados em aceder a informações oficiais, com o objetivo de proteger assuntos cujo conhecimento indiscriminado possa afetar os interesses do Estado.

 

O Conselho de Ministros analisou ainda:

1. Apresentação do teto fiscal para 2017

O Ministério das Finanças apresentou ao Conselho de Ministros vários cenários de execução orçamental para 2017, que têm em conta os projetos em execução, novos projetos e possíveis contingências. Os cenários apresentados têm como objetivo orientar os ministérios na elaboração do seu plano anual e respetiva orçamentação, e, assim, definir o valor a atribuir à proposta de Orçamento Geral do Estado para o próximo ano financeiro.

Esta apresentação surge na sequência das Jornadas Orçamentais, que decorreram no dia 16 de maio, no Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. Nelas se reuniram membros do Parlamento Nacional e do Governo, diretores-gerais, diretores nacionais, outros quadros superiores do Estado e funcionários de empresas públicas e organismos autónomos, para preparar o Orçamento de Estado de 2017.

Na elaboração do orçamento para o próximo ano, estão a ser tidos em conta vários fatores, nomeadamente, o Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED), o Programa do Governo, a execução orçamental, a inflação, a sustentabilidade fiscal e os objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável até 2030, adotada pelo Parlamento Nacional em setembro último.

2. Relatório de progresso e verificação das despesas de comunicações do Governo

Este relatório, apresentado pelo Ministério das Finanças, aborda questões relativas à evolução das dívidas dos diversos serviços ministeriais à Timor Telecom, tendo em conta as orientações e recomendações do Conselho de Ministros para a verificação dessas dívidas.

3. Apresentação do relatório anual da Timor Gap, EP

A Timor Gap, EP, entregou formalmente ao Governo o Relatório e Contas relativo ao ano de 2015, de acordo com a lei e com as normas internacionais de elaboração de relatórios financeiros.

O Presidente daquela empresa pública, Francisco Monteiro, apresentou ao Conselho de Ministros dados detalhados sobre as principais atividades desenvolvidas em 2015, nomeadamente as atividades petrolíferas no Mar de Timor. A montante (“upstream” – exploração e produção), continuam a ser desenvolvidas pesquisas na Área de Desenvolvimento Petrolífero Conjunto, foram iniciados estudos na Área Exclusiva de Timor-Leste, entre os quais o levantamento 3D de dados sísmicos, e executou-se a revisão das reservas do Greater Sunrise e de Bayu-Udan. A jusante (“downstream” – transporte, refinação e distribuição), continua o desenvolvimento empresarial e gestão de projetos, com destaque para o posto de abastecimento de combustíveis no Suai.

Outras atividades incluem a continuação da gestão e administração do projeto Tasi Mane; o desenvolvimento corporativo e profissional, com especial destaque para a formação dos recursos humanos; e o projeto de exploração do Greater Sunrise.

Ainda este mês, o documento deverá ser entregue ao Tribunal de Contas, juntamente com a auditoria efetuada por uma empresa independente, devendo o Relatório ser disponibilizado ao público no mês de junho.

4. Requerimento à Câmara de Contas no âmbito dos recursos sobre a decisão final de visto ao contrato de empréstimo e ao contrato de execução de obras de drenagem na cidade de Díli

O Governo analisou estes dois processos, em trânsito no Tribunal de Recurso, ao qual foram entregues recursos sobre a decisão final de recusa de visto prévio pela Câmara de Contas ao contrato de empréstimo e contrato de execução das obras de drenagem de Díli, há mais de 50 dias, sem que tenha havido qualquer resposta por parte do Tribunal.

Com a recusa de visto para o empréstimo, o Governo não pode executar o contrato de empréstimo com juros preferenciais para financiar as obras de infraestruturas de drenagem das águas fluviais da capital do país. A recusa de visto ao contrato de execução de obras impede o Governo de realizar essas obras de drenagem, fundamentais para controlar as cheias que ciclicamente se verificam na cidade.

Uma vez que o Governo não foi, ainda, notificado sobre a distribuição destes processos aos juízes responsáveis, o Conselho de Ministros considera apresentar reclamação ao Presidente do Tribunal de Recurso pela  falta ou irregularidade dessa distribuição.

5. Presidência rotativa da CPLP

O Conselho de Ministros analisou o desenvolvimento das atividades em curso, no âmbito da presidência rotativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

url: http://timor-leste.gov.tl?lang=pt&p=15394